quarta-feira, 6 de julho de 2011

CULPADA



Às vezes me escondo do espelho, por incrível que pareça minha tão amada imagem me diz verdades que não gosto de ouvir. As lágrimas não deixam de cair para mostrar-me que preciso olhar para trás e me lembrar dos erros que resultaram em tanta dor, tanta mágoa. Meu coração alegre se apaga e fico á observar como a dor transparece no meu rosto. Lembranças não me deixam esquecer quem já fui, e não existe tamanho arrependimento que possa amenizar a flecha lançada. Não choro por medo, choro por saber que desprezei meus acertos. Choro por não imaginar o tamanho da dor que meu egoísmo provoca nas pessoas. Choro por gostar de ser assim, por não querer procurar melhorar, por cultuar esse sentimento frio dentro de mim. Choro por ter certeza que quem mais me importa nunca vai me entender, não vai nunca nem imaginar como foi difícil pra eu ter tomado essas decisões, que na maioria das vezes não tiveram justificativa racional só desejos mimados do meu coração, que eu nunca ousei desobedecer. Choro porque nunca vão saber que todas as noites como fantasmas vem em minha mente e dolorosamente se faz lembrar em mim em forma de gotas de lágrimas. Porém o que mais me dói é saber da memória disforme que deixei ficar nessas vidas, que tanto amei! Vidas que já foram a minha e que se acabariam por amor a mim. Não sei até quando poderão doer essas lágrimas que riscam falso brilho no meu rosto angustiado procurando como esfomeadas a minha boca, lágrimas que me trazem a tona a saudade que eu abomino sentir, lágrimas que me fazem sentir a pior pessoa do mundo, a pessoa que eu nunca quis ser e assim como um castigo sou sem nem perceber! Não me vejo mais no espelho, vejo uma tristeza profunda que machuca, vejo agora desprezo. Vejo uma feição inconsolável e sozinha que me envergonha. Sinto ódio de mim, eu não poderia magoá-los dessa forma! Mais eu sinto principalmente pena, pois só eu conheço de verdade o meu coração. O coração com mais amor e culpa que já existiu um dia!

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